Estreia de Pedro Cezar ganha versão audiovisual em meio à quarentena.
No último 25 de setembro aconteceu o lançamento do videoclipe de “Alma Boa”, canção do músico e compositor poços-caldense Pedro Cezar. No Youtube e no Instagram, canais escolhidos para a veiculação, o clipe atingiu mais de 1000 visualizações em poucos dias, além da boa repercussão da faixa nas plataformas digitais (Spotify, Deezer, etc). O trabalho marca o início da trajetória solo do artista, após mais de vinte anos participando de bandas e projetos musicais coletivos.
O clipe, facilmente encontrado no link youtube.com/pedrocezar, foi pensado no formato de lyric video para que o espectador possa acompanhar a letra enquanto escuta a música. A ideia surgiu porque “além de ser uma prática muito interessante do mercado da música atual, ajuda o ouvinte a assimilar a mensagem que quero passar, que nesse caso é o objetivo principal”, comenta Pedro.
A direção ficou a cargo da paulistana Aimê Uehara, da produtora Àiyé Filmes, que também assina a edição e a câmera, com assistência de produção de Yasmin Pereira. O filmmaker China Trindad foi o colorista e cuidou da finalização do material.
Paisagens que só existem aqui
Quem assiste ao videoclipe pode ficar em dúvida quanto ao local escolhido para a filmagem. “Esse é um dos lugares que mais me encantam aqui na nossa cidade. Em uma simples caminhada, podemos nos transportar a um outro estado de espírito, porque a paisagem é maravilhosa e o contato com a vegetação nativa dentro da área urbana é um privilégio do qual precisamos ter consciência”, diz o compositor. A letra de “Alma Boa”, que fala de autoconhecimento e autocuidado, menciona a importância do contato com a natureza em processos terapêuticos, e a escolha da locação sugere esse diálogo, numa tentativa de provocar a atenção para a preservação e conservação dessas áreas.
Para a bióloga Flávia Nogueira, “o que vemos nas imagens do clipe são alguns pontos na trilha do Campo do Chapéu, entre os bairros Jardim Del Rei e Jardim Ipê. Os campos de altitude, como são chamados, são uma vegetação característica do bioma da Mata Atlântica, possuem espécies raras e endêmicas de plantas que são encontradas somente em Poços de Caldas e algumas cidades vizinhas. Por desconhecimento da população, essas áreas são confundidas com terrenos baldios e consideradas capim ou algum mato que pode ser queimado, depredado, suprimido ou feitas como depósito de lixo. Precisamos valorizar e defender os campos de altitude de nossa cidade, pois, além da rica biodiversidade que abrigam (flora e fauna), são os principais responsáveis pela absorção da água das chuvas e abastecimento dos lençóis hídricos, ou seja, boa parte da água de recarga do nosso aquífero vem daí”.
Segundo o criador da canção, “esses espaços deveriam ser transformados em parques públicos voltados para a educação ambiental antes que sejam depredados e loteados. Eles trazem grande identidade para nosso município e precisam ser cuidados pela população (setores públicos, empresas e comunidade) de maneira mais inteligente. Para meu processo criativo, desde sempre, são uma grande inspiração”.
Em parceria com o selo YES, TUPI, o artista se prepara para o lançamento de um novo single.
Assista ao lyric video de Alma Boa.
Comments